Nossa! Abandonei a descrição da "Rota das
Emoções". Por um lado é bom porque
ao escrever relembro dos detalhes dessa maravilhosa viagem e no mieo da vida
mais trabalho menos diversão, penso: nossa! Sou doida mesmo como algumas
pessoas dizem, sair por aí sozinha, sem ter destino certo e fazer toda essa viagem
independentemente.
Mas vamos lá! Barra Grande - Piauí. Sim, não faz parte
tradicionalmente dessa rota, mas eu a incluí. Por que mesmo? Não lembro
exatamente. Porque eu conheci a única pessoa que estava na praia em Atins num
certo dia, numa certa hora e ele já tinha tocado com uma amiga que estudou
comigo e me falou muito bem dessa praia, porque a dona da casa que eu estava
tinha um primo que não conhecia pessoalmente que tinha uma pousada lá e principalmente
porque eu não podia perder a oportunidade de conhecer o litoral do Piauí, que
tem gente que nem sabe que existe.Existe sim e é lindo!
Barra Grande faz parte do município Cajueiro
da Praia, é bem pequeno e acessível de automóvel comum, coisa que não estava
acostumada até então nesta viagem, cheguei lá depois de alguns tipos de transportes
num ônibus de viagem. Fiquei numa pousada incrível, acho que chamava “Casa
do Velejador”, mas que era conhecida como a casa do Capucho, o pai da família
linda que fiquei amiga, três crianças lindas. Era a casa deles e nos dias que
eu estava lá, era a única hóspede, mas já tinha aumentado, tinham dois chalés e
uma casinha.
Era de tarde e logo fui pra praia e vi um monte de gente
praticando Kitesurf. UAU! Muito legal! Fiquei com vontade! Mas que praia
L-I-N-D-A. Incrível que ela era de um jeito de tarde (maré cheia) e totalmente
diferente de manhã (maré vazia), só descobri isso no dia seguinte quando
acordei cedo e me deparei com “outro lugar”.
Fazia as refeições (deliciosas) por lá mesmo na casa, numas
mesinhas do lado de fora. Por lá fiquei pensando no calor que deve fazer em
Tocantins porque dizem que é tipo como estava lá só que sem vento! Imagina só!!
Lá era insuportável de calor (e estávamos em setembro). Um dia voltando da
praia, como uma tuaregue, perto do meio dia, percebi que era uma das poucas
pessoas que andava na rua essa hora, realmente não rolava, ninguém conseguia
fazer muita coisa no sol essa hora. Então depois do almoço era hora do cochilo
antes de voltar pra praia, que delícia. E esse vento que salvava não era um
ventinho, era um vento insanoooo! Não rolava caminhar uma certa hora do dia,
hora essa que os kitesurfers estavam montando seus equipamentos. Muito bom
ficar olhando eles naquele céu lindo. Lembro de um garoto local, novo, pele
morena, queimadasso de sol, cabelo preto e liso que arrasava nas ondas, surfava com pranchinha de surf solta
no pé. Muito foda!
Depois fiz amizade com alguns dos praticantes de lá, a
maioria paulistas que cansaram da vida insana de SP e tiveram condições e coragem
de se jogar pra lá. Povo muito gente boa e que cozinhava muito bem, tinham
negócios de alimentação lá muito de bom gosto.
Valeu a pena incluir esse pedacinho de Brasil na Minha Rota
das Emoções. De lá foi uma aventura pra chegar em Jericoacoara, mas nada que
não tivesse feito antes...
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