quinta-feira, 29 de abril de 2021

ETERNO RETORNO

colocando à prova todo o suposto conhecimento do Yoga em mim

irritação, ansiedade e tentativa de controle

velhos condicionamentos

polaridades e impulsividades que tanto fujo voltam em mim

buscando entender em vez de entregar

racionalizar no lugar de sentir

o velho óbvio


às vezes flui e fica leve

e quando pesa 

pesa

as diferenças na frente ofuscam o bom


fazer bom uso dos bons encontros

não viver das paixões

nem triste nem felizes

segue o fluxo

eterno retorno? o que mais preciso aprender?

tudo de novo?

novo

novo é bom, é fértil

encontrar o plano de imanência 


porque dói estar tão perto e tão distante anos, planos, sonhos

ilusão

não sou nada disso que me veem nas redes

tenho água também

já senti igual

não

não sou mais ela

crio outra

sou mercúrio líquido agora envelhecido 

mais duro? 

ou mais liso?

buscando a superfície lisa propícia ao desejo intensivo

não aquele que se frustra com cada desvio do desejo intencional

cada insegurança tola


você não tem ideia até onde eu iria

longe

agora

eterno retorno








quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Fragmentos de um texto em criação - rascunhos, auto-reflexão

Como cheguei nisso tudo? Por meio da autocura, de certa forma sempre me considerei forte mentalmente, mas o universo me proporcionou um corpo frágil que na infância tinha problemas em aceitar porque achava incompatível com o que eu sentia, a força interior era discordante da física e isso me trazia conflitos. E então comecei o exercício de auto investigação, que não é simples e não só prazeroso. Em alguns momentos da minha vida também achei que a mente ia sucumbir, pela tristeza e não aceitação de tanto sofrimento no mundo, tanta injustiça. No fim da faculdade (2006) fiquei bem doente, principalmente do corpo, mas a mente também já não andava bem. Comecei tentando a medicina convencional que só me fez piorar. Como sempre fui da leitura, muitos estudos vieram  e também as auto experiências. Quando buscando por um alívio mais sutil, espiritual, mas sem me identificar com nenhuma religião encontrei o Yoga. E o que o Yoga naturalmente proporciona a todas pessoas que estiverem abertas à experiência é uma percepção mais aguçada de si mesmo e do mundo. E aí vem tudo, você reconhecer a influência e o poder na natureza em si, buscar equilíbrio, entender melhor o funcionamento do seu organismo, da sua mente. Aí também vêm as consequências, às vezes não como gostaria, mas como são. Vem também uma força interior para mudar aquilo que não te cabe mais, te libertar de personagens que não te fazem bem e ao mesmo tempo te fortalecer pra lutar pelas coisas que você acredita.

É autoconhecimento, é auto amor, que expande e que você também quer espalhar pro mundo.

Praia Branca - novembro 2017

sábado, 24 de março de 2018

Reflexões pós Vipassana II

e teve um dia que eu chorei
de repente, sem aviso

após uma meditação com dificuldade e uma orientação sobre a técnica,
eu chorei.
eu observei e senti que parte da minha mente não queria crescer, continuava imatura e teimosa,
era malvada e me boicotava.

parte que não queria deixar fluir e me pregava peças;
que queria domínio e controle.

parte que tem medo de crescer e de ser livre.
 e eu deixei fluir
abracei a criança.

e mais uma dificuldade tinha sido observada e atravessada

...impermanência...

Guarujá - SP 2018

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Reflexões pós Vipassana 1

algumas sabedorias nos mostram que muitas vezes antes de julgar, apontar, afirmar, é necessário olhar pra dentro, melhorar por dentro, emanar
por onde olhar verás sofrimento, muitas vezes onde acha que só tem sofrimento se vê arte, resistência e alegria e onde supostamente é fácil ser alegre se vê sofrimento, hipocrisia, egoísmo
as ciências modernas ocidentais nos culpam, mas não nos tornam responsáveis por nós mesmxs e aí a resposta vem de fora, de um saber que você (às vezes) entende, intelectualiza mas não sente, não tem a experiência dentro da moldura de seu próprio corpo e nem nos níveis mais profundos da mente e aí lá se vai tanto discurso ladeira abaixo
sofrimento após sofrimento, infindáveis ciclos de sofrimento...

Reflexões pós Vipassana



Caeté - MG 



 Belo Horizonte - Lagoa da Pampulha




segunda-feira, 6 de março de 2017

Litoral sul de Santa Catarina e difíceis ressignificações


Quantas “poesias” ainda vou ter que escrever?
Quantas forem necessárias.
Eternas?
Todas elas.
Vai continuar carregando todos eles?
Sim.
Me cabe.
Aqui cabe.

Refiz alguns passos, o aeroporto, a rodoviária, olhei cada parada da BR 101,
Praia de Cima, Praia de Fora, Praia do Sonho, Aririu.
Montanha Encantada e tantos sonhos como sempre, tantas conexões transcendentais e tantas memórias.
Fiquei horas na Guarda do Embaú e lembrei o momento que Urano foi falado e começou a agir.
Sim, não era o tempo,
não seria possível, busco aceitar,
estranha sensação permanece...
Não fui na beira da Lagoa da Conceição, preferi ficar mais na praia mesmo.
Aquelas palavras ditas lá eram minhas.
Queria eu que fossem nossas.
Mas não eram.
E dessa vez não voltei chorando, mas sim ainda sem entender.
E que eu não tente mais,
Urano não vai ser assim compreensível às racionalidades.
Sigo, caminho, entrego ao Universo.
Não começou nessa afinal e temos tantas outras...


 Montanha Encantada - Garopaba SC
  Montanha Encantada - Garopaba SC
 Vista da Pedra Branca - Garopaba SC
 Vista Praia da Ferrugem e Lagoa de Garopaba
 Flor de Lótus nascendo - Montanha Encantada


 Montanha Encantada
 Pedalada pra Praia da Ferrugem - Garopaba
 Lagoa de Garopaba
 Praia da Ferrugem
 Vista de Garopaba - Morro da Silveira
 Praia da Silveira e dog caiçara
 Praia da Silveira - a mais tranquila de Garopaba
 Guarda do Embaú - Palhoça SC
  Guarda do Embaú - Palhoça SC
 Cachoeira do Siriú

 Praia de Garopaba - escadaria
 Praia do Siriú

Garopaba

terça-feira, 15 de novembro de 2016

sob inspirações de lua cheia e retidão sobre o amor (mas poderia ser de qualquer outra coisa)



Não que eu não sinta
Ou que ainda não me perca

A memória invade a mente
leva quase à retina a imagem da linda cara
ao olfato o cheiro
e ao tato o beijo
o encanto do jeito de moleque não macho.
Os sentidos invadem
Me perco me acho.

não transfiro e guardo
não mato
não morro
renasço
entrego

e a dúvida vem: mas será que...
agita a mente
deixo fluir...
Entender o que?
A aprisionadora inocência do controle...

Entrego
Me trouxe o novo e o novo será sempre bem vindo
Tenho espaço
- Entre.


Mosteiro de São Bento - Vinhedo SP (Retiro Yoga Sem Fronteiras)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

sobre luas cheias e eus

De uma lua cheia a outra mudou tanto lá
e aqui?
Encheu
Esvaziou
E preenchi de mim novamente
Daquilo que mais importa
Um amor que transborda e transcende
Que não cabe mais e expande
Que não tem nome e não exige de volta
Difícil?
Difícil é não amar
O que é o amor talvez ainda não saiba
Ou esteja eternamente aprendendo
Mas não é apego, não é dor e não é desilusão
É
Sou
Somos
O eterno retorno
Em mim, em tu
Passeando, nômade, livre
Preenchido
Auto-amor  que não cabe e expande
Se perde e se acha
E o que há tempos alguns já viam e eu perguntava  - Onde?
Agora vejo em mim mesma
Me perco e me acho
Ou só relembro e volto
O eterno retorno

 
Lua cheia de outubro 2016 - Santos Zona Noroeste

Lua cheia de setembro 2016 - Guarda do Embaú - SC