quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Noite na selva Amazônica - em algum lugar do Amazonas


Hoje acordei com uma vontade poliânica, uma vontade de ver as coisas de uma forma boa, de valorizar o que é bom na minha vida e ficar o dia lembrando dos bons momentos que passei nessa vida e nos últimos anos, meses e dias.
Aí, agora escrevendo percebi que não tenho inspiração quando estou bem, assim como quando estou mal. Acho que minha sina e ficar nesse meio, nessa coisa meio cá meio lá, meio melancólica meio alegre, meio Joy Division meio Rancid. Não sei como tenho tantos amigos e tanta gente que gosta de mim. Sou bem chata com essa personalidade dicotômica.
Então vou lembrar de um dia legal:
Noite na selva (algum dia de setembro de 2010)
Passar uma noite na selva foi algo que já foi na minha cabeça queiria fazer quando fosse pra Amazônia. Meus amigos me acompanharam na idéia, uns gostando mais e outros menos. Demos muita sorte em encontrar um lugar legal e com preço bom pra fazer esse rolê. Na verdade não foi só sorte, a gente pesquisou e quando conheceu um povo que bateu a empatia fomos! E era longe viu? Fomos primeiro pra um município chamado Careiro, que pra cehgar lá fomos até o porto e pegamos um barco. Lá pegamos uma van e percorremos um bom caminho, uma hora mais ou menos, chegamos em um outro lugar e pegamos outro barco e mais uma hora ou mais de rabeca. Chegamos num hotel de selva, comemos um rango maravilhoso, descansamos um pouco e partimos com nosso querido guia o "Branco".
Nós no barco de novo, no meio do caminho simplesmente paramos para ver os botos. Muitos! Incrível! Eu fiquei emocionada, lindos, o rosa, o tucuxi. E mergulhamos lá mesmo onde eles estavam, uma água maravilhosa de nadar e eles de longe só sacando a gente.
Chegando sei lá onde (longe) paramos o barco e andamos uma pequena trilha pra chegarmos onde iríamos dormir, em redes!
Nosso guia era o máximo, seu jeito tímido, simples e que estava em casa no meio da floresta nos cativou. Ele entendeu nosso ritmo e nossas vontades e colocou como parte do programa o pôr e o nascer do sol, a gente voltava pro barco e ia pra água pra assistir... Sensacional!
Esse da foto foi o pôr do sol.
Bom, acho que cada um sentiu coisas diferentes naquela noite, aprendemos muita coisa sobre a Amazônia, sobre se virar na selva, sobre acampar (e olha que já havia acampado muito na vida), o vagalume gigante laranja é lindo. A lua estava cheia pra completar o clima. Mas algo que nunca vou esquecer são os sons da floresta a noite. Um barulhão, um barulho vivo, sons que dificilmente ouvimos puramente. Acho que durmi pouco, fiquei em transe, abria os olhos e via a copa das árvores láaaaaaa em cima, a luz da lua e ouvia aquela sonzeira. Durmi pouco, mas acordei renovada, assistimos o nascer do sol, fizemos uma caminhada na selva (aprendendo mais e mais) e depois voltamos.
Não dá pra negar as saudades de uma água gelada e não vou mentir que voltando pro hotel de selva pedi uma coca gelada, mas só eu sei o quanto foi especial pra mim e quanto consegui pensar e me curar naquele dia...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Trindade - RJ (2008)


A gente nunca mais é a mesma depois de tomar um açaí em Belém ou comer um acarajé na Bahia, de ver a nascente do rio São Francisco em Minas ou de ver praias tão lindas como as de Ilha Grande, Floripa, Trindade e outras ou ainda de assistir os botos em plena natureza na Amazônia ou de ver o morro dos três irmãos na Chapada Diamantina.

A gente nunca mais é a mesma depois de ver um sonho morrer, um amor partir, um amigo te esquecer, uma idéia passar.

A gente envelhece com a tristeza que nunca sentiremos algumas coisas novamente.

Ainda bem que algumas coisas são tão boas de sentir que valem a pena seguir vivendo (não apenas sobrevivendo) e sentindo, sentindo e sentindo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Alter do Chão - PA (foto por Fernanda Luz)

Quando você chega a conclusão de que por melhor que faça, seja como faça, o quanto se esforce, algumas coisas não mudam, algumas coisas existem para não funcionar. Quando se chega a essa conclusão sobre algo que se anda fazendo e que anda te fazendo mal, o que se sente?
Um certo alívio porque se tira um peso que não é seu, uma certa tranquilidade porque se sabe que não foram por erros seus que as coisas não têm funcionado, uma certa paz por poder fazer mais coisas só por si mesma sem se sentir egoísta.
Mas uma certa tristeza também. Não ligo para o sentimento de "não importância" das coisas que faço ou de mim mesma. Mas é triste pensar que algumas coisas não vão mudar, não têm jeito. É triste ver pessoas boas acreditando e você achando que não vai mudar, é triste perceber que não adianta ficar doente, brigar com todo mundo, pois toda essa engrenagem foi feita pra confundir alguns e passar um pano em toda a merda.
É claro que não vou deixar de ser aquela chata, questionadora, que perturba, confunde todo mundo, fala algumas coisas sem sentido pra chegar em algum lugar. Não vou! Nem que eu quisesse. Mas também não quero me acabar e achar que é possível fazer um equipamento do estado funcionar bem e ser pleno em seus atendimentos, conseguir fazer um planejamento (e este ser respeitado), entre outras mil coisas que nunca vão funcionar. Não quero ficar doente como essa máquina louca...