quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pôr do Sol no Arpoador - Rio de Janeiro


NUNCA DESISTIR MESMO SEM ACREDITAR. É o que tenho pensado nos últimos tempos. Minha vida na maior parte do tempo é tão legal que às vezes me sinto num filme, eu sei que sou uma privilegiada e que às vezes me alieno de propósito para minha própria saúde mental. Nunca fui muito de suportar opiniões exclusivamente baseadas em senso comum, muitas vezes fui bem "radical", hoje ainda aguento um pouco mais e não saio discutindo inutilmente com todo mundo e sobre tudo que discordo. Mas algumas coisas ainda não posso suportar e algumas coisas não me calarei jamais, mesmo não acreditando que algo possa mudar. Ultimamente a proibição das drogas e todas as formas falidas de repressão que só recaem como grandes prejuízos para pobres é uma das coisas que tem me irritado profundamente. Mas hoje depois de dias maravilhosos de comemoração dos meus 33 anos estou bem triste e penso que nunca vou desistir da luta das mulheres, nunca vou desistir do feminismo, nunca vou me calar e se isso acontecer um dia prefiro estar morta. Rather be dead than alive by your oppression. Rather be dead than alive by your design.
NÃO, a violência contra as mulheres não melhorou, NÃO, a Lei Maria da Penha não consegue dar conta de tanto machismo e opressão que as mulheres ainda sofrem. SIM, muitas mulheres sofrem violência, MUITAS mais do que você (principalmente homem) imagina. SIM, as mulheres da periferia sofrem mais, calam-se mais, dependem mais do Estado falido e suas políticas falidas e de pessoas que como eu que estão cheia de boa vontade, mas com (quase) nenhuma arma pra lidar com isso. SIM, a violência contra a mulher é diferente, difícil, ninguém quer ver, o medo ultrapassa aquela mulher que está sofrendo, a enfraquece, a culpa e a faz pensar que nem é grande coisa assim. Ela me fere como mulher, eu sangro na alma mesmo não sendo comigo.
Eu não gosto de trabalhar. Ontem e hoje eu trabalhei mais do que muito burocrata FDP trabalhou em toda sua vida, mas eu gosto de um tapa na cara de realidade, eu sei que sou uma privilegiada, eu sei que o que eu trabalho foi feito para não funcionar, eu sei. Mas eu (ainda/até quando?) quero ficar desse lado e ficar cara a cara com a realidade, lidando dia a dia com a realidade triste de um sitema falido que oprime a mulher, gastando todo meu dinheiro (aquele que vem do Estado) com modos paliativos de ainda me sentir feliz no meio de tanta desgraça. Mas tudo bem... Amigos, família, cerveja, maconha, Yoga, Pilates, Muay Thai, mar, viagens, sexo, amor, presentes, festas, música, dança, arte, meditação, conversas, chocolate, comida, praia, montanha, cachoeira e assim vou sobrevivendo... ou melhor VIVENDO! Boa noite!