segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Atins - Maranhão - e meu amigo cão!





Em Barreirinhas cheguei a ficar 3 dias, a cidade mais popular dos Lençóis Maranhenses, não era pra eu ficar tudo isso, mas as informações são tão desencontradas pra se sair de lá, que não consegui sair antes. Cheguei a acordar cedo pra ir pra Atins e quando cheguei na hora que falaram que saía o carro: já era! Acabei passando por maior aventura. Peguei uma moto táxi com uma puta mochilona nas costas pra tentar alcançar o carro em outro ponto e nada e depois pra tentar pegar o barco, que não era a melhor opção porque demorava o dobro de tempo e era mais caro. O moto taxista era doido e foi uma aventura principalmente na parte de areia!!! Cheguei onde supostamente passava o barco, todos falando que ia passar, ia passar e esperei umas 3 horas e nada! Era um povoado um pouco longe de Barreirinhas. Acho que devido à maré o barco tinha ido por outro caminho... Tudo bem! Nesse meio tempo fiquei sentada embaixo de uma árvore vendo a galera do povoado, tinha gente que tomava banho no rio pra ir trampar ou só dava um mergulho pra refrescar... um calor insano!! As crianças todas tomavam um banho no rio, de roupa mesmo antes de ir pra escola e já davam uma lavada na roupa. Bom, quando vi que não ia passar barco mesmo me falaram que a única forma de voltar pra cidade era ir no ônibus escolar e aí fui eu... Eu com uma mochila enorme e com minhas tatuagens chamaram um pouco de atenção num ônibus lotado de crianças e adolescentes... foi divertido!
Mas enfim, Barreirinhas é uma cidade maiorzinha, com certa infra, pessoas legais, mas muito turismo pro meu gosto, os passeios são muito cheios e com pessoas um pouco bagunceiras demais pra mim. Mas tem umas lagoas lindas mesmo!
Bom, aí consegui ir pra Atins! Tem que estar onde sai os carro cedo, antes das 8hs porque esse tal carro leva os moradores, se encher eles saem mesmo, eles não estão nem aí pros turistas, se tiver lugar eles te enfiam em algum canto e colocam sua mala num lugar perigoso de cair hehe mas foi ótimo, no meio da viagem já tinha feito amizade com os moradores, já tinha onde ficar e me deixaram na porta!
Caramba! Atins... Que lugar! Insano de lindo e de pessoas mais legais do planeta. Fiz amizades instantâneas que nunca vou esquecer, vi um céu estrelado indescritível de lindo, o clima lá é maravilhoso. Falei para um de meus amigos de lá que nunca iria esquecer aquela brisa da noite na praia e é verdade, nunca esqueci. De noite vi algumas coisas no céu que nem sei explicar. Lá tem também lagoas lindas e uns povoados bem interessantes, mas a praia é demais. No primeiro dia que cheguei fui dar um volta na praia, mas estava tão quente que voltei logo, almocei, cochilei (os melhores cochilos da minha vida) e voltei pra praia disposta a andar até o fim dela e ver o pôr do sol. Logo no início da caminhada avisto um labrador marrom lindo vindo em minha direção muito muito feliz e me “cumprimentando” como se me conhecesse há anos, fiz carinho nele, conversei com ele, perguntei de seu “dono” e comecei a andar, aí ele me acompanhou e parecia que ia me acompanhar o dia todo pela animação que estava e assim o fez! Que amigo! Ele andava bem do meu lado, até esbarrando de tão perto, tão entrosado que as poucas pessoas que passavam pela praia achavam que ele era meu, e ele era “meu” aquele dia. Quando eu entrava na água ele entrava também, nadamos juntos, corremos, andamos bastante. Eu dividia minha água com ele. Tentei fazer algumas posições de Yoga, mas ele vinha lamber minha cara e me desequilibrar, num rolou! Brincamos de tudo que cachorro (e algumas gentes) gostam. Aí depois de algumas horas sentei pra ver o pôr do sol e ele não parava, inano! Olhei bem séria pra ele e falei: Amigo! Agora é hora de ver o pôr do sol! E que pôr do sol... Aí ele virou em direção ao pôr do sol e se deitou... Demais! Voltamos, estava escurecendo, ele me acompanhou todo o caminho de volta e na rua da minha pousada, sumiu!
Assim, como meu amigo cão fiz algumas amizades rápidas e intensas. Atins é um povoado bem pequeno, não muitos turistas ficam por lá pra dormir. De noite saía na rua pra tomar um ar e na mesma hora os vizinhos chegavam pra conversar, desde crianças até idosos. Uma das minhas amizades revelou o nome do meu amigo cão: Chocolate! Disse que quando ele gostava de algum turista fazia isso, passava o dia inteiro e que na verdade ele também tinha sido meu segurança! Saudades Chocolate...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Santo Amaro do Maranhão - Lençóis Maranhenses - setembro 2011



Até pensei em escrever um pouco sobre São Luis do Maranhão que foi minha primeira parada da viagem, porém capital é capital seja onde for, muita desigualdade escrachada, medo da violência dos próprios moradores, sujeira, muita gente, muito carro, tudo que todos conhecem, tem uma praias bem bonitas, gostei muito de algumas coisas, a noite é legal, o reggae a música popular e é um lugar praticamente legalizado, mas gostei principalmente das pessoas que conheci lá, em especial os meninos do Ceuma (moradia estudantil da UFMA) que me abrigaram numa boa e muito bem, saudades dos poucos dias que fiquei lá...


Mas vou direto pra minha primeira parada dos Lençóis Maranhenses. A especial cidade Santo Amaro do Maranhão. Saindo de São Luis você pode pegar vans ou ônibus na rodoviária mesmo. Como sou uma pessoa que não se programa muito fui pra rodoviária num horário que consegui ir, acho que umas 9hs da manhã e tomei o ônibus, perguntei pro motorista: Pára em Sangue né? Sim, pára sim. E fui.

Sangue é o povoado que tem que parar na estrada pra pegar o 4X4 pra chegar em Santo Amaro e é única forma de se chegar lá. Dormi a viagem toda, umas 4hs, e de repente o motorista grita SANGUE! e pára o ônibus coloca minha mochila no chão e aponta pro outro lado da estrada - ali tá? Eu com sono, um puta sol de rachar, olho no relógio: meio dia e meia, olho pra um lado... pro outro... nada, só sol! do outro lado da estrada um singelo bar sem ninguém. Atravesso procuro alguém pra me atender demora um pouco e aparece um tiozinho. Pergunto: - aqui que passa o carro pra Santo Amaro? Ele: - é sim! Iiii mas acabou de passar umas 11hs! agora só 4h da tarde!

Pois é, só saem carro de manhã depois só o último que é esse horário (16hs), só que ninguém te fala isso em São Luis, depois descobri que só indo de van pra chegar a tempo de pegar os carros da manhã! Bom, pessoa de férias não se estressa então falei o jeito é esperar numa cadeira dura as 3 horas e meia... Eu: – E serve almoço aqui? – Ele: Não! Tem essas bebidas e esses salgadinhos. Eu: - Então me vê uma Brahma!

O que mais eu podia fazer naquele calor? Sei que até dormi bastante na cadeira esperando... depois de algumas horas o tiozinho veio conversar comigo e aos poucos toda sua família, muito legal. As crianças achavam incríveis as tatuagens, algumas até vindo passar a mão no meu braço. O que continuou quando o carro finalmente chegou e fui só com povo morador de Santo Amaro mesmo, um monte de crianças lindas que depois que viram que eu era simpática (hehe) puxavam papo e me perguntavam mil coisas. O trajeto durou umas duas horas de sacode sacode numa Toyota Bandeirante. Emoção! Até as mulheres que pegavam o transporte sempre tinham medo em alguns trechos.



Bom, Santo Amaro é incrível, pelo que vi e ouvi é a cidade mais perto de lagoas, é menos freqüentada por turistas, até pela dificuldade de acesso e pela infra que é bem simples. Restaurante tem um e tem dois carrinhos de lanche que revezam entre si nos dias de abrir. Tudo fecha cedo, não se acha internet fácil, as pousadas são simples. Pra mim? Ótimo! Adorei!!! Cheguei a ir a pé em uma lagoa, não muito longe, menos de uma hora, o problema é a parte das dunas, areia fofa, braaaanca e o sol de rachar o côco. Mas quando chega naquele paraíso... nossa! Qualquer esforço vale a pena! A “Lagoa da Gaivota” acho que foi a paisagem natural mais linda que vi na vida, a água é maravilhosa pra mergulhar, macia, temperatura perfeita, transparente. Inexplicável! O povo é muito legal, você fica amigo em minutos, de noite não há muito o que se fazer e ficava com amigos sentada na calçada conversando, virou rotina nos 3 dias que fiquei lá... de repente eles estavam batendo na porta do meu quarto pra me acordar pra sair, também fiz um casal de amigos que depois encontrei em Parnaíba, casal legal hein? O paulista e a menina de Natal. Em Santo Amaro os passeios são mais baratos, os lugares mais vazios, não se encontra grandes grupos tipo CVC nos roles. Fiz bastante coisa por lá. Um dia num passeio uma das Toyotas atolou no rio, só eu tava na cabine cansada já de pular, o carro entrou num buraco e a água começou a subir, subir, fiquei de pé no banco e o motorista olhava pro cara do lado e tranquilamente falava: E agora? Hahaha. Uma calma que contagiava. Até que o caroneiro desceu entrou na água e ficou empurrando pra trás o carro. Os casais atrás rachando. Tudo bem no final...

Lá fiquei numa casa por $35 a diária com um super café da manhã (Hospedaria Lagoa Azul). Muito tranqüilo, na verdade é uma casa que você fica num quarto com um banheirinho pra você, aí o resto é da casa, sala, quintal, você come na mesa com a família. Muito legal, é uma família temporária, bate na porta pra ver se você já acordou e quer sair, se quer comer, quando fui embora ainda a dona falou: Foi um prazer te hospedar... Que gracinha!!!





terça-feira, 18 de outubro de 2011

Viajando sozinha pela Rota das Emoções - Set/Out 2011

São Luis do Maranhão

Viajar sozinha foi uma façanha que descobri para rejuvenescer a alma, resolver conflitos, acalmar os ânimos há dois anos logo após um “trauma” pessoal. Talvez há dois anos tenha feito uma grande burrada e a minha primeira viagem sozinha me fez entender que faz parte da vida errar mesmo depois de se achar madura, mesmo depois de se achar pronta. Errar nos faz crescer, essa não é nenhuma novidade, mas as conseqüências de nossos próprios erros são drásticas porque não há quem culpar além de nós mesmos e viver com culpa é inadmissível pra mim. Viajar sozinha foi incrível, me tornou uma pessoa diferente, me perdoou e me fez aceitar que meus erros fazem parte da minha vida e quem não está pronto para perdoá-los não pode estar na minha vida mesmo, porque sou muito imperfeita. Nas minhas últimas e recentes  férias viajei sozinha novamente, desta vez uma rota que atravessou três estados brasileiros, seis cidades e quatro povoados, mais de 1000 quilômetros percorridos entre São Luis do Maranhão e Fortaleza do Ceará nos mais diversos tipos de transporte e entrando nas maiores aventuras já vividas. Gostaria de descrever na ordem minhas andanças entre um ponto e outro para ajudar viajantes que sei que buscam muitas informações na internet. Juro que tentarei! Mas não sei se conseguirei. Esta postagem é em homenagem a todas as mulheres corajosas que viajam sozinhas ou que um dia irão viajar. Go Grrrls! Ouvi muitas vezes frases dizendo de como eu era corajosa de fazer esta viagem sozinha, algumas pessoas chegaram a perguntar se eu não havia arranjado companhia e se surpreenderam com minha resposta de que não havia procurado. Confesso que algumas coisas seriam consideradas riscos em minha própria vida em outros momentos, não sei exatamente se corri riscos, mas minha intuição mandava eu ir! É incrível como é diferente, como as amizades que se faz são intensas, é estranho ter tido tantos momentos incríveis e não ter ninguém pra falar: lembra? Só eu mesma. É incrível aprender a gostar mais de si mesma tendo ficado tanto tempo em momentos comigo mesma e em silêncio. É muito único ter vivido momentos tão intensos com pessoas que nunca vou esquecer, mas que não mantive nenhum contato posterior, que foram meus amigos por algumas horas de verdade e que nunca mais preciso vê-los pra guardá-los como amigos. Foram imagens que nenhuma foto pode expressar. Tentarei unindo fotos com textos mostrar um pouco do que vivi e ajudar pessoas menos loucas que eu que vão sem (quase) nenhuma informação para viagens como esta. Às vezes uma pequena sensação de tristeza passa por tudo aquilo que passei ter terminado, mas logo um sorriso me vem ao lembrar de tantos sentimentos. Rota das Emoções – sensacional.

Alcântara - MA


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pôr do Sol no Arpoador - Rio de Janeiro


NUNCA DESISTIR MESMO SEM ACREDITAR. É o que tenho pensado nos últimos tempos. Minha vida na maior parte do tempo é tão legal que às vezes me sinto num filme, eu sei que sou uma privilegiada e que às vezes me alieno de propósito para minha própria saúde mental. Nunca fui muito de suportar opiniões exclusivamente baseadas em senso comum, muitas vezes fui bem "radical", hoje ainda aguento um pouco mais e não saio discutindo inutilmente com todo mundo e sobre tudo que discordo. Mas algumas coisas ainda não posso suportar e algumas coisas não me calarei jamais, mesmo não acreditando que algo possa mudar. Ultimamente a proibição das drogas e todas as formas falidas de repressão que só recaem como grandes prejuízos para pobres é uma das coisas que tem me irritado profundamente. Mas hoje depois de dias maravilhosos de comemoração dos meus 33 anos estou bem triste e penso que nunca vou desistir da luta das mulheres, nunca vou desistir do feminismo, nunca vou me calar e se isso acontecer um dia prefiro estar morta. Rather be dead than alive by your oppression. Rather be dead than alive by your design.
NÃO, a violência contra as mulheres não melhorou, NÃO, a Lei Maria da Penha não consegue dar conta de tanto machismo e opressão que as mulheres ainda sofrem. SIM, muitas mulheres sofrem violência, MUITAS mais do que você (principalmente homem) imagina. SIM, as mulheres da periferia sofrem mais, calam-se mais, dependem mais do Estado falido e suas políticas falidas e de pessoas que como eu que estão cheia de boa vontade, mas com (quase) nenhuma arma pra lidar com isso. SIM, a violência contra a mulher é diferente, difícil, ninguém quer ver, o medo ultrapassa aquela mulher que está sofrendo, a enfraquece, a culpa e a faz pensar que nem é grande coisa assim. Ela me fere como mulher, eu sangro na alma mesmo não sendo comigo.
Eu não gosto de trabalhar. Ontem e hoje eu trabalhei mais do que muito burocrata FDP trabalhou em toda sua vida, mas eu gosto de um tapa na cara de realidade, eu sei que sou uma privilegiada, eu sei que o que eu trabalho foi feito para não funcionar, eu sei. Mas eu (ainda/até quando?) quero ficar desse lado e ficar cara a cara com a realidade, lidando dia a dia com a realidade triste de um sitema falido que oprime a mulher, gastando todo meu dinheiro (aquele que vem do Estado) com modos paliativos de ainda me sentir feliz no meio de tanta desgraça. Mas tudo bem... Amigos, família, cerveja, maconha, Yoga, Pilates, Muay Thai, mar, viagens, sexo, amor, presentes, festas, música, dança, arte, meditação, conversas, chocolate, comida, praia, montanha, cachoeira e assim vou sobrevivendo... ou melhor VIVENDO! Boa noite!


terça-feira, 26 de julho de 2011

Hoje fico por aqui mesmo - Santos Querida


Esse inferno astral até que está rolando legal, talvez esteja conversando muito com o Diabo por aqui e ele tem me feito sentir culpa por fazer coisas que ele me mesmo me tenta. Coisa de cristão (ou ex-cristão no caso), mas está legal.

Quando eu era pequena, uma das primeiras lembranças que tenho é que queria ser mais velha, bobeira de criança, mas acho que eu nunca podia imaginar como é bom amadurecer e estar na maior parte do tempo entendendo o que está acontecendo consigo mesmo, isso é muito mais que crescer biologicamente.

Mas onde entra aquele limite entre o que eu sinto e o egocentrismo? Onde entra a diferença entre a manipulação e a tentativa de controle da situação? Se as pessoas pudessem ser sinceras, se esse mundo nos permitisse sem julgamentos, sem dogmas, sem imposições. Aaaah se todos tivessem uma vida boa para poder se sentir livre pra sinceridade. Se as barreiras capitalísticas não impedissem relações sinceras e horizontais. Se o mundo machista não esperasse uma reação da mulher que ela não quer mais ter.

Aaaaaah eu seria normal, não louca, não especial, não diferente, não não não. Eu não seria, pois eu sou porque eu tenho que negar o tempo todo. Eu sou porque minha vida me fez assim, minha maturidade, meus quase 33 bem vividos anos. Se... não. Eu sou porque minha luta é viver intensamente, meu desafio é ser feminista num mundo que finge não ser mais machista, é ser feminista sem virar sexista, é ser livre e cair em tentações sem me sentir cafajeste. Porque de cristã também tenho um pouco e gosto dos outros (quase) tanto quanto gosto de mim e não há como se relacionar sem o outro. E às vezes eu gosto tanto de pessoas...

"'A única maneira de se livrar de uma tentação é entregar-se a ela. Resista e a sua alma fica doente de desejo pelo que foi proibido.' Oscar Wilde"

terça-feira, 12 de julho de 2011

pôr so sol em Morro de São Paulo - Bahia


Às vezes o amor me parece ridículo, um sentimento como outro qualquer. Não falo do amor que nos move, do amor pela vida, do amor pelo amor, mas sim do amor por pessoas e principalmente do amor romântico.
Acho que na verdade, algumas pessoas sabem que tudo é uma grande farsa, pra mim também o é ou talvez, de vez em quando, raramente, uma grande escolha dedicada. Uma escolha que muitos não estão dispostos a ver, porque cômodo é achar que é fácil manter-se fiel a uma pessoa quando se "realmente a ama", cômodo é fingir que é fácil aguentar todas as insuportáveis diferenças, cômodo é se fechar em seu mundo, ignorar o que está na cara e desprezar o que realmente te toca, cômodo é esconder as coisas porque falar a verdade e discutir até o fim e se entregar é demais e não é normal. No final, mesmo tentando tudo isso, há uma grande chance de depois tudo parecer uma farsa porque de tudo se vira nada, o crédito vira descrédito, as verdades viram mentiras, as mentiras viram verdades e você tem que simplesmente arrancar e jogar fora tudo o que sobrou e todos os sonhos de possibilidades, toda a esperança porque não vai valer de nada, quando no mundo real normal você tiver que ser uma pessoa normal e agir como se nada tivesse acontecido...

"... ou nos odiamos suficientemente para repetir o velho esquema de vida e mentes pela metade, ou, então, passamos a nos amar o bastante para, através da série de divórcios de outras pessoas meio-casadas, meio- divorciadas que estão dentro de nós, chegarmos a nos encontrar plenamente. Só então podemos decidir se queremos fazer alguma coisa conosco mesmo mesmos - e o que - em relação a todas as outras possibilidades de relacionamentos.
Pode-se chegar a um certo ponto de narcisismo (reconsiderando aqui essa categoria psicopatológica) em que se reconhece que não se pode amar outra pessoa enquanto não se ama suficientemente a si mesmo – em todos os níveis, inclusive ao nível da verdadeira masturbação (isto é, plenamente orgástica) ou seja, masturbar-se pelo menos uma vez na vida com alegria.”
David Cooper em “A Morte da Família”



terça-feira, 5 de julho de 2011

SÓ PARA LOUCOS parte II

Salvador - minha primeira viagem sólo.

A vida não precisa de muito pra me divertir. Analisar as coisas que acontecem e analisar as pessoas me diverte, nem ligo se estou certa e se a análise é fidedigna, pra mim faz sentido.
O que me diverte também é que eu ainda me engano e me impressiono com alguns acontecimentos, o bom da maturidade física e psicológica é perceber isso rápido e superar as decepções que nós mesmos nos pregamos.
Eu de longe não sou mais aquela Riot Grrrl cheia de utopia nas veias feministas que ainda fazem parte desse corpo com muito orgulho, mas tem coisas que nunca mudam e minhas atitudes do dia a dia ainda fazem diferença no mundo que habito.
Percebi que meu coração está curado, tem possibilidades, ainda é de mercúrio e não virou de pedra. Por pouco! Ufa!
Me orgulho da minha história e das pessoas que considero. Não adianta eu dizer que talvez faria algo diferente, mesmo querendo que algumas coisas fossem diferentes hoje em dia em minha vida pessoal. Mas não! Essa sou eu e aquela era eu quando tomou tal atitude e só eu sei como é difícil ser eu. Sempre sozinha, sempre acompanhada, sempre questionando e sendo questionada por mim mesma. A pessoa mais chata e mais legal do mundo. A Loba da Estepe! Mas uma do tipo (quase sempre) feliz...


Acho que vou dormir, pois está perdendo o sentido.
SÓ PARA LOUCOS

terça-feira, 14 de junho de 2011

hotel de selva que ficamos (época da seca) - Amazônia/AM

Nestes últimos meses comecei a perceber algo novo em mim mesma. Algumas rugas que não estavam lá.
Eu cuido da minha aparência física, às vezes até mais do que deveria no meu modo de ver a vida.
Mas realmente, essas rugas são novas, elas não estavam lá. Só eu sei...
Mas eu não consigo não gostar delas porque subjetivamente elas tem um significado importante pra mim. Aprendi muito nos últimos anos da minha vida, coisas que nunca ninguém poderia me ensinar. Nem por isso cometo "erros" diferentes, mas os encaro diferente, os supero diferente e tiro algo deles que não conseguiria anos atrás.
É bom envelhecer quando se está livre de algumas pressões do modelo vigente de pessoas normais de 30 e tantos anos...
I really don't care.
Tenho alguns sonhos e alguns objetivos, não tenho uma missão apesar de às vezes agir como se tivesse, não tenho medo do futuro, nem de me arrepender do que faço hoje, às vezes tenho medo do ser humano criado nessa sociedade, mas tenho sede de vida e orgulho de minhas primeiras rugas!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Chapada Diamantina - um sonho vivido.




Quando criança eu tinha o sonho de me tornar uma mulher, uma mulher independente, autosuficiente, com coisas minhas e de minha escolha, com um carro pra poder me proporcionar mais liberdade, com dinheiro o bastante pra viajar de vez em quando, com liberdade pra poder me divertir, com paqueras o suficiente pra me causar divertidas confusões, queria chegar no dia em que poderia ir ao supermercado e escolher o que quiser.
Pra cima e pra baixo sozinha volta e meia me pego pensando... esses pequenos sonhos eu alcancei.
Eu nunca tive sonho de ser muito rica, de casar, ter filhos e de ter um adesivo de família feliz no carro.
Aqueles sonhos eu alcancei ou eles me alcançaram.
Os pequenos sonhos eu alcancei, os grandes se tornam cada vez mais impossíveis.
O que fazer sem eles? Como viver sem sonhar?
Que me caia uma nova paixão pra me fazer acreditar em novos pequenos sonhos.
Os grandes são impossíveis.
Eu tento acreditar mas a humanidade não me ajuda.
Alguns pequenos ficaram pelo caminho, morreram, eu os enterrei ou amadureceram. Mas a maioria dos grandes pequenos me alcançaram.
Mas os grandes, aqueles que atravessam fronteiras espaciais, étnicas, sexuais, etmológicas e geológicas, esses, ai esses sonhos...
Esses sonhos me tiram o sono!
Que me caia uma nova paixão COMO UM RAIO pra me fazer acreditar em novos pequenos sonhos.
Pequenos sonhos: meus opiáceos preferidos, meus queridos refúgios.

terça-feira, 17 de maio de 2011

mais uma sobre o ser dicotômico em mim


Guarujá - foto por Fabiana Valgôde



se um dia você se sente feliz e um dia se sente triste
um dia se sente sozinha e um dia se sente livre
um dia se arrepende de algo que fez e outro acha que fez o melhor que podia ter feito
um dia odeia seu trabalho e outro pensa que está fazendo algo que dentro do mundo do trabalho você gosta
um dia acha que está se vendendo e tendo uma vida chata e outro chega em casa depois de uma jornada tripla, vários meios, várias pessoas e pensa: hummm que vida legal!

se um dia você odeia e outro ama
um dia quer casar e outro quer fugir
um dia quer ficar, um dia quer fugir
um dia quer bater, um dia quer fazer carinho
um dia quer liberdade, um dia quer paparico
um dia quer um e um dia quer vários

se você é assim e ainda assim não se considera louca
e pior (ou melhor) às pessoas te acham inteligente, com bom senso e sensata

WELCOME TO MY LIFE!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mangue da Praia do Forte - BA


Na maioria das vezes que não escrevi pro mundo, mas pra alguém, fui incompreendida quase que totalmente. Isso porque acho que eu me expresso melhor nas palavaras escritas que faladas!!
Talvez por causa daquela cisão do eu que tanto falo. Escrevo achando que estou sendo a pessoa mais sincera do mundo, clara e bem intencionada. Depois releio ou leio pra alguém e pareço má, com coração duro e mais decidida do que sou na verdade.
E nenhuma das versões é mentira. Será loucura isso?
Hoje conversei minutos com um homem diagnosticado esquizofrênico e ele me disse: - Você não vê, mas aqui dentro está rachado (apontando para a cabeça) por isso não posso andar mais entre os homens, por isso não converso com todo mundo!
Se eu fosse esquizofrênica seria mais coerente. Mas desprezível neurótica eu sou! Que fica se questionando das loucuras que faz... Que duvida de suas próprias decisões quando todos acham que está mais decidida do que nunca.
No fundo acho que gosto dessa coisa existencial problemática porque assim posso me alienar um pouco de o quanto eu fico chateada com algumas coisas no mundo, no país, no meu círculo de trabalho, onde alguns se usam de espaços comuns para se enfraquecer e tecer comentários mesquinhos sobre colegas de trabalho que estão no mesmo processo de alienação e exploração, que estão tão ferrados como de quem falam.
O que me faria chorar e ter vontade de largar tudo faz parecer besteira quando penso nos meus dilemas existenciais amorosos...
No fundo eu me divirto comigo mesma!



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Alter do Cháo - PA

Fernanda Luz

Fernanda Luz


"Aqueles que tiveram grandes paixões ficam a vida toda felizes, e infelizes, por terem se curado delas"
La Rochefoucauld

Claro que aquelas intermináveis conversas por horas dentro do carro pelas ruas de Santos não iam durar pra sempre;
Claro que aquele chalé na montanhas não seria nosso pra sempre;
Nem aquela barraca na praia que me apresentou e nunca vou esquecer;
Óbvio que aquele pedacinho da ilha não ia ser nosso pra sempre e que a chuva não seria divertida sempre;
Claro que aquele lugar na janela da van naqueles rolés de estrada não seria sempre meu.

É bom acreditar por um tempo;
Só nunca entendi porque mesmo eu acreditando menos sempre me dediquei mais,
Nem porque mesmo tendo uma visão ampla e às vezes pessimista das coisas sempre me envolvi mais e me entreguei mesmo não querendo,
O pior é que se um dia eu aprender não vai servir pra ninguém, talvez nem mais pra mim,
Talvez seja tarde demais e o coração de mercúrio tenha se tornado de pedra.

Mas ainda não.

Queria escolher aqueles dias e multiplicá-los, porque 6 anos passam tão rápido quanto 1 ano ou quanto 5 meses.
E eu aqui com quase 33 anos... Desde os 6 anos de idade sonhando e me alimentando de amor... sofrendo?
Hilário
O bom de tudo tudo isso é pensar que sempre sobrevivi, sempre sobreviverei,
com todos meus amores dentro do meu coração.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Guiné - Capão (Chapada Diamantina-BA)

Vista do Vale do Capão. Ainda bem que estava nublado foram 16 km de trilha no calor da Bahia, algumas subidas, muita, muita caminhada e um guia perfeito, com direito ao verde natural nativo e massagem no fim da trilha...



tentando lembrar em vão se eu era mais "feliz" quando era mais culta ou não
filosofia, política, história
vários livros lidos de verdade, discussóes intermináveis, reflexões eternas
meus principais queridos: sartre, deleuze, guatarri, spinoza, nietzsche e antes ainda bakunin, malatesta, george orwell, emma goldman

será?
olha, esses dias me deu vontade de ler filosofia um pouco e voltei (dentro do possível) com algumas leituras
sabe que é um pouco acalentador pra quem gosta de ser complicada como eu?
na vida pessoal eu me resolvo, escrevo um pouco, apronto um pouco, invisto um pouco, sou um pouco estrategista e vai que vai
mas essa alma perturbada que não se conforma com nada e acha que a revolução é impossível e mesmo assim ainda seria a única saída
pra essa alma
a filosofia é bom sabia? e a história também...

essa humanidade apronta há tanto tanto tempo
pensa há tanto tempo e não conseguiu mudar muita coisa
já passou por tanta coisa (algumas bem parecidas)
e?
aonde queremos chegar, se nossas prioridades mudaram, se depois de cristo mudou muita coisa
é conversa pra horas (e eu gosto)
mas dá pra ter esperança quando há 400 anos antes de cristo a gente já fazia coisas pareceidas com as de hoje? e coisas feias viu?
mas tudo bem... é confortante às vezes
nem sempre, a luta continua
estou aí contra o racismo, homofobia, sexismo e outras mazelas conhecidas e vividas na sociedade de diferentes formas e intensidades ao longo do tempo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Saudades da paz Amazônica...

meu coração não é de ferro
quem espalhou por aí que era?
talvez eu mesma
ou o meu outro eu
a última pessoa que me "rejeitou" faz 13 anos e não faz a menor idéia disso
(quem sabe um dia bêbada não conto pra ele?)
mas isso não significa que meu coração seja de pedra
ele apenas é inteligente e aprendeu com os erros

meu coração não é frágil
mas não é de ferro
é de mercúrio líquido
TÓXICO, FLUÍDO E COM ALTO PODER DE REGENERAÇÃO
pelo menos ele não vai explodir de tanto acúmulo de amor!
beleza! está tudo bem...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Barcarena - Belém do Pará (foto de Fernanda Luz)


Duas máximas a se refletir:
1. Quando não se sabe o que fazer, não faça nada!
(Não... não consigo. Gostaria até... O problema é que eu gosto de emoção, intensidade e coragem)
2. Quando você não decide por si mesmo, os outros decidem por você!
(Sim... Mesmo decidindo a coisa errada e se fazendo merda o que importa é se sentir dono de seu caminho.)
Afinal somos tão limitados em relação à liberdade nesse nosso mundo que em alguma coisa eu preciso achar que posso decidir na minha vida. Na microesfera do meu amor aos outros. E mais uma vez.

Como meus dias estão nesse ritmo, mais uma de Camões que é minha no dia de hoje:
(3 dias 3 insanidades )

Sempre a Razão vencida foi de Amor;
mas, porque assim o pedia o coração,
quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte, e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
que perde suas forças a afeição,
porque não perca a pena o seu rigor.

Pois nunca houve fraqueza no querer,
mas antes muito mais se esforça assim
um contrário com outro por vencer.

Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
não creio que é razão; mas há de ser
inclinação que eu tenho contra mim.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Paúba e a linda estrada Rio-Santos (carnaval 2011 - fotos por Sachais)



com um apertinho no coração e muito sono dormirei e espero não sonhar
cansa!


com saudades do que mal vivi e sei
com vontade de algo que sei

e com preguiça de arrumar e me explicar pro mundo

a gente vai vivendo e endurecendo, mas continua sempre sentindo
 
saudades do que vivi intensamente e do que vivi porque rolou
do que foi planejado e do que aconteceu sem querer

saudades de dez anos atrás, de oito anos atrás, de um ano atrás e de um mês atrás
tudo misturado e em intensidades variáveis
saudades de ter mais sonhos e de ser mais impulsiva
 

mas sempre forte e disposta a qualquer coisa
só cansada de tomar atitude
 
 
não tão triste como o soneto
apenas porque sempre gostei dele
digo Boa noite com Camões:
 
Pois meu olhos não cansam de chorar
tristezas que não cansam de cansar-me;
pois não abranda o fogo em que abrasar-me
pôde quem eu jamais pude abrandar;

não canse o cego amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar-me;
nem deixe o mundo todo de escutar-me,
enquanto a voz fraca não deixar.

E se nos montes, rios ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora Amor
em feras, aves, plantas, pedras, águas,

ouçam a grande história de meus males,
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Praia Branca - Guarujá - um dia antes de uma ressaca inesquecível (acho que 2009)


sinto que tudo é em vão, todas as palavras se perdem, são idéias jogadas que talvez sejam uma micro semente na cabeça de poucos (muito poucos) que talvez lembrem, entendam e levem para a prática em algum momento de suas vidas
então, pra quê? alguns conseguem viver com esses sentimentos, com tão pouco, sentindo que tudo bem fazer tão pouca diferença
acho que devo "me achar" muito importante pra pensar que preciso fazer diferença nos espaços que passo
sei lá de onde veio essa auto-estima elevada, que já foi bem comprometida quando menina e agora está assim em alta!
talvez no aspecto pessoal eu tenha feito diferença pras pessoas mesmo, marcas boas ou nem tanto, alegres ou tristes
mas é como eu já falei algumas boa vezes, a gente envelhece e continua inocente às vezes
até parece que eu faria diferença no sistema, no serviço público - máquina burocrática capitalística enlouquecedora

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O excesso de amor e a Vista do farol de Naufragados - Florianópolis

Eu amo amo amo e vai somando e as pessoas vão passando, mas não passam, vão ficando e vai somando e vai explodindo e o mundo não vai entendendo e não vai dando pra conciliar e eu finjo que sou normal e que não dá pra gostar assim tanto de quem já passou, de quem nunca vai passar e de quem está tudo ao mesmo tempo. Eu finjo que não dá. Mas mesmo quando não finjo não é fácil conciliar e de novo o mundo acha loucura, eu acho às vezes bom, às vezes muito difícil e por aí vai. E vai agregando e o coração vai crescendo e às vezes parece que ele está frio ou indiferente, mas não! Ele só entende que as coisas passam, os momentos passam, mas o amor fica e vai ficar mesmo então pra que sofrer? Eu não vou sofrer e queria que mais niguém sofresse. Mas foram algumas pessoas especiais, 5 anos de terapia, muita natureza e auto-análise que me fizeram estar assim... Não é pra qualquer um... Talvez isso passe também, não ligo pra nada muito certo e definitivo, mas por enquanto queria que alguns pudessem experimentar isso!


Praia dos Naufragados - sul de Florianópolis - fevereiro de 2011 - Foto de Ander Bernante


                 Uma praia que não muitos turistas que visitam Florianópolis costumam ir conhecer. Longe! e depois faz-se uma trilha nível médio de cerca de uma hora indo tranquilamente, mas pode ir de barco também ou ir de trilha e voltar de barco que foi o que fizemos! Uma praia muito bonita, com estrutura muito simples, água boa e gelada pra mergulhar, fim de tarde lindo, clima bom, vista bonita e tudo mais, acampar lá deve ser muuuuito bom, no final da tarde o povo estava arrumando lenha pras fogueiras, os violões a postos, um clima muito agradável só não tem cerveja gelada :) e é bem diferente das praias badaladas de outras partes de floripa...





quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SÓ PARA LOUCOS Itacaré - Bahia



se eu fosse assim uma pessoa que acorda e sabe o que quer, que tem certeza que deus existe, que sabe o que quer em seu futuro, que consegue se imaginar como será daqui 10 anos
aaaah se eu fosse assim
eu acordaria pensando sempre na mesma pessoa, gostaria que o dia fosse sempre de um jeito, saberia onde estaria daqui um ano, daqui uma semana, saberia o que eu quero desde a hora de acordar e continuaria querendo até a hora de dormir
seria mais fácil dormir, amar, trabalhar e viver
o problemas é que eu odeio certezas, imposições, verdades absolutas, gente conformada, previsível e devagar
o problema é esse seria um pouco insuportável ser eu
porque eu gosto de ser eu assim, dá trabalho viu?
mas eu gosto

tenho que viajar de novo pra voltar com algumas dicas de viagem, vi que meu blog é muito mais visitado por esse motivo, por pessoas que procuram informações e fotos de viagens
mas pra aqueles que gostam de minhas viagens a lugares dentro da minha mente, foi mais uma

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O incrível Poço Azul - Chapada Diamantina BA

toda hora pode ser 4h20 quando você passou o dia vendo água, enchente, inundação, esgoto, pobreza, miséria, desigualdade, desgraça, comodismo, indignação - toda hora pode ser 4h20 se você ficou andando com uma galocha quente no sol e terminou o dia só o pó e ainda entra em crise porque foi bem recebida pelas pessoas, mesmo estando representando o poder público...
amo e odeio o brasil e seus brasileiros
mas ta tudo bem agora
já são 4h21

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Praia do Forte - Bahia 2009


Acho que comecei a me sentir mais feliz quando (ou me sinto mais feliz quando) comecei a não procurar sentido nas coisas. O que me atordoou por um tempo foi achar que existem sentidos pras coisas que acontecem e deixam de acontecer.
Esse negócio de sentir muito tudo, de me apaixonar e me desapaixonar às vezes rápido, às vezes muito devagar por coisas e pessoas me faz confundir tudo e achar que de novo alguma coisas fazem sentido.
Tem a parte triste porque algumas pessoas que já me consideraram idealista podem me considerar hoje niilista ou uma alienada consciente, mas valeu a pena tanta raiva? Você procura e vê tantas pessoas, poetas, escritores, filósofos que se martirizaram procurando sentidos, soluções, luzes no fim do túnel e acabaram loucos, suicidas ou infelizes porque ficar olhando muito pra dentro do abismo ele pode começar a olhar dentro de você (Nietzsche?).
Aiiii por que tanta sensação, por que tanto amor, tanta vontade de viver, tanto não medo de tentar de novo me bate de vez em quando?
Recortando Álvaro de Campos:
" Não sei se a vida é pouco ou demais pra mim,
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei,
(...)
Porque, de tão interessante que é à todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair,
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausências de amanhãs..."
Nos último dias de 2010 eu me apaixonei, fiz uma tattoo de irmã e passei a virada no mar e hoje pensei que poderia morrer que tudo bem, mas quero viver e que venha mais um ano! Eu estou preparada e você meu mundinho está preparado pra ir me ver tacando o foda-se?
(sob efeito de uma cerveja e a ressaca de uma ótima folga de fim de ano)