segunda-feira, 17 de outubro de 2016

sobre luas cheias e eus

De uma lua cheia a outra mudou tanto lá
e aqui?
Encheu
Esvaziou
E preenchi de mim novamente
Daquilo que mais importa
Um amor que transborda e transcende
Que não cabe mais e expande
Que não tem nome e não exige de volta
Difícil?
Difícil é não amar
O que é o amor talvez ainda não saiba
Ou esteja eternamente aprendendo
Mas não é apego, não é dor e não é desilusão
É
Sou
Somos
O eterno retorno
Em mim, em tu
Passeando, nômade, livre
Preenchido
Auto-amor  que não cabe e expande
Se perde e se acha
E o que há tempos alguns já viam e eu perguntava  - Onde?
Agora vejo em mim mesma
Me perco e me acho
Ou só relembro e volto
O eterno retorno

 
Lua cheia de outubro 2016 - Santos Zona Noroeste

Lua cheia de setembro 2016 - Guarda do Embaú - SC



terça-feira, 11 de outubro de 2016

Como eu perdi o medo de baratas

Eu tinha medo de baratas, aqueles de verdade, tipo pavor, incapacidade de agir autonomamente, 'eu' com mais de 30 anos toda personagem “diferentona”. 
Pensando hoje com meu intelecto atualizado (nem melhor, nem pior, só mais corajoso) não fazia o menor sentido mais aquele medo naquela altura da vida. 
E fui colocada a teste.


    Estava eu há alguns poucos anos atrás morando – sozinha – numa casa há apenas alguns dias e elas começaram a aparecer. Era uma casinha pequena simples, um tipo kitnet-casa que estava sem alugar faz tempo, tudo parado sem usar. Nos primeiro dias elas começaram a aparecer e logo descobri de onde vinham. Coloquei veneno na porta, borracha na soleira da porta e elas entravam.  Tinha uma tal caixinha de esgoto individual de frente pra cada casinha (todas coladas) bem na frente da porta da cozinha/sala/área de serviço e quando eu comecei a usar a água da casa a comunidade de baratas que habitava “minha caixinha” começou a se expandir. Mas isso eu só descobri uma semana depois quando tive a brilhante idéia de jogar veneno de onde elas saíam. E sim! Aí sim elas saíram. Começaram a sair dezenas (centenas?) de baratas na minha direção e não paravam. Entrei correndo e fechei a porta e elas começaram a entrar pelas frestras da porta e pelas janelas, que não eram nada vedadas. Elas ficaram entrando por alguns minutos que não faço idéia de quantos, pareceram horas... Eu comecei a dar vassourada, jatos de veneno, impedir que elas subissem pro quarto, no mínimo! Fiz uma máscara com a minha camisa, com uma vassoura numa mão, a lata na outra e colocando papel e passando fita crepe em todas as frestas das portas e janelas. Enfrentei a batalha. Gritando e chorando, totalmente descontrolada, mas agindo. Elas não iriam me tirar da minha casa sozinha de madrugada no centrão de Suzano. 
No medo e Agindo.
Na não inércia que pode ser causada pelo enfrentamento extremo do medo. Instinto. Memória ancestral.

Às vezes é preciso mergulhar de corpo, mente e coração na experiência que mais se evita.

Na que se tem medo e não se quer encarar.

Acontece pelo menos pra tipos como eu que aprende no fogo e ensina no ar. Deve ser-vir para outros seres também. Eu expandido, somos.

Doer pra sentir que os opostos vão te empurrar de um lado ao outro, que a dualidade vai te testar (tentar?).

Que a libertação do medo seja ampliadora de espaço/consciência.

Eu nunca fui simpática ao mundo que se fica a própria sorte.

Que mais pessoas possam se expandir na dor, no amor, sem medos.

Autonomamente.


Até que todas as pessoas sejam livres.

Palhoça - SC

 
Montanha Encantada / Garopaba - SC

Montanha  Encantada / Garopaba - SC

Montanha Encantada / Garopaba - SC

 
Montanha Encantada / Garopaba - SC

 
Montanha Encantada / Garopaba - SC

 
Praia da Silveira - Garopaba - SC