terça-feira, 26 de abril de 2011

Mangue da Praia do Forte - BA


Na maioria das vezes que não escrevi pro mundo, mas pra alguém, fui incompreendida quase que totalmente. Isso porque acho que eu me expresso melhor nas palavaras escritas que faladas!!
Talvez por causa daquela cisão do eu que tanto falo. Escrevo achando que estou sendo a pessoa mais sincera do mundo, clara e bem intencionada. Depois releio ou leio pra alguém e pareço má, com coração duro e mais decidida do que sou na verdade.
E nenhuma das versões é mentira. Será loucura isso?
Hoje conversei minutos com um homem diagnosticado esquizofrênico e ele me disse: - Você não vê, mas aqui dentro está rachado (apontando para a cabeça) por isso não posso andar mais entre os homens, por isso não converso com todo mundo!
Se eu fosse esquizofrênica seria mais coerente. Mas desprezível neurótica eu sou! Que fica se questionando das loucuras que faz... Que duvida de suas próprias decisões quando todos acham que está mais decidida do que nunca.
No fundo acho que gosto dessa coisa existencial problemática porque assim posso me alienar um pouco de o quanto eu fico chateada com algumas coisas no mundo, no país, no meu círculo de trabalho, onde alguns se usam de espaços comuns para se enfraquecer e tecer comentários mesquinhos sobre colegas de trabalho que estão no mesmo processo de alienação e exploração, que estão tão ferrados como de quem falam.
O que me faria chorar e ter vontade de largar tudo faz parecer besteira quando penso nos meus dilemas existenciais amorosos...
No fundo eu me divirto comigo mesma!



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Alter do Cháo - PA

Fernanda Luz

Fernanda Luz


"Aqueles que tiveram grandes paixões ficam a vida toda felizes, e infelizes, por terem se curado delas"
La Rochefoucauld

Claro que aquelas intermináveis conversas por horas dentro do carro pelas ruas de Santos não iam durar pra sempre;
Claro que aquele chalé na montanhas não seria nosso pra sempre;
Nem aquela barraca na praia que me apresentou e nunca vou esquecer;
Óbvio que aquele pedacinho da ilha não ia ser nosso pra sempre e que a chuva não seria divertida sempre;
Claro que aquele lugar na janela da van naqueles rolés de estrada não seria sempre meu.

É bom acreditar por um tempo;
Só nunca entendi porque mesmo eu acreditando menos sempre me dediquei mais,
Nem porque mesmo tendo uma visão ampla e às vezes pessimista das coisas sempre me envolvi mais e me entreguei mesmo não querendo,
O pior é que se um dia eu aprender não vai servir pra ninguém, talvez nem mais pra mim,
Talvez seja tarde demais e o coração de mercúrio tenha se tornado de pedra.

Mas ainda não.

Queria escolher aqueles dias e multiplicá-los, porque 6 anos passam tão rápido quanto 1 ano ou quanto 5 meses.
E eu aqui com quase 33 anos... Desde os 6 anos de idade sonhando e me alimentando de amor... sofrendo?
Hilário
O bom de tudo tudo isso é pensar que sempre sobrevivi, sempre sobreviverei,
com todos meus amores dentro do meu coração.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Guiné - Capão (Chapada Diamantina-BA)

Vista do Vale do Capão. Ainda bem que estava nublado foram 16 km de trilha no calor da Bahia, algumas subidas, muita, muita caminhada e um guia perfeito, com direito ao verde natural nativo e massagem no fim da trilha...



tentando lembrar em vão se eu era mais "feliz" quando era mais culta ou não
filosofia, política, história
vários livros lidos de verdade, discussóes intermináveis, reflexões eternas
meus principais queridos: sartre, deleuze, guatarri, spinoza, nietzsche e antes ainda bakunin, malatesta, george orwell, emma goldman

será?
olha, esses dias me deu vontade de ler filosofia um pouco e voltei (dentro do possível) com algumas leituras
sabe que é um pouco acalentador pra quem gosta de ser complicada como eu?
na vida pessoal eu me resolvo, escrevo um pouco, apronto um pouco, invisto um pouco, sou um pouco estrategista e vai que vai
mas essa alma perturbada que não se conforma com nada e acha que a revolução é impossível e mesmo assim ainda seria a única saída
pra essa alma
a filosofia é bom sabia? e a história também...

essa humanidade apronta há tanto tanto tempo
pensa há tanto tempo e não conseguiu mudar muita coisa
já passou por tanta coisa (algumas bem parecidas)
e?
aonde queremos chegar, se nossas prioridades mudaram, se depois de cristo mudou muita coisa
é conversa pra horas (e eu gosto)
mas dá pra ter esperança quando há 400 anos antes de cristo a gente já fazia coisas pareceidas com as de hoje? e coisas feias viu?
mas tudo bem... é confortante às vezes
nem sempre, a luta continua
estou aí contra o racismo, homofobia, sexismo e outras mazelas conhecidas e vividas na sociedade de diferentes formas e intensidades ao longo do tempo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Saudades da paz Amazônica...

meu coração não é de ferro
quem espalhou por aí que era?
talvez eu mesma
ou o meu outro eu
a última pessoa que me "rejeitou" faz 13 anos e não faz a menor idéia disso
(quem sabe um dia bêbada não conto pra ele?)
mas isso não significa que meu coração seja de pedra
ele apenas é inteligente e aprendeu com os erros

meu coração não é frágil
mas não é de ferro
é de mercúrio líquido
TÓXICO, FLUÍDO E COM ALTO PODER DE REGENERAÇÃO
pelo menos ele não vai explodir de tanto acúmulo de amor!
beleza! está tudo bem...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Barcarena - Belém do Pará (foto de Fernanda Luz)


Duas máximas a se refletir:
1. Quando não se sabe o que fazer, não faça nada!
(Não... não consigo. Gostaria até... O problema é que eu gosto de emoção, intensidade e coragem)
2. Quando você não decide por si mesmo, os outros decidem por você!
(Sim... Mesmo decidindo a coisa errada e se fazendo merda o que importa é se sentir dono de seu caminho.)
Afinal somos tão limitados em relação à liberdade nesse nosso mundo que em alguma coisa eu preciso achar que posso decidir na minha vida. Na microesfera do meu amor aos outros. E mais uma vez.

Como meus dias estão nesse ritmo, mais uma de Camões que é minha no dia de hoje:
(3 dias 3 insanidades )

Sempre a Razão vencida foi de Amor;
mas, porque assim o pedia o coração,
quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte, e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
que perde suas forças a afeição,
porque não perca a pena o seu rigor.

Pois nunca houve fraqueza no querer,
mas antes muito mais se esforça assim
um contrário com outro por vencer.

Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
não creio que é razão; mas há de ser
inclinação que eu tenho contra mim.