terça-feira, 12 de julho de 2011

pôr so sol em Morro de São Paulo - Bahia


Às vezes o amor me parece ridículo, um sentimento como outro qualquer. Não falo do amor que nos move, do amor pela vida, do amor pelo amor, mas sim do amor por pessoas e principalmente do amor romântico.
Acho que na verdade, algumas pessoas sabem que tudo é uma grande farsa, pra mim também o é ou talvez, de vez em quando, raramente, uma grande escolha dedicada. Uma escolha que muitos não estão dispostos a ver, porque cômodo é achar que é fácil manter-se fiel a uma pessoa quando se "realmente a ama", cômodo é fingir que é fácil aguentar todas as insuportáveis diferenças, cômodo é se fechar em seu mundo, ignorar o que está na cara e desprezar o que realmente te toca, cômodo é esconder as coisas porque falar a verdade e discutir até o fim e se entregar é demais e não é normal. No final, mesmo tentando tudo isso, há uma grande chance de depois tudo parecer uma farsa porque de tudo se vira nada, o crédito vira descrédito, as verdades viram mentiras, as mentiras viram verdades e você tem que simplesmente arrancar e jogar fora tudo o que sobrou e todos os sonhos de possibilidades, toda a esperança porque não vai valer de nada, quando no mundo real normal você tiver que ser uma pessoa normal e agir como se nada tivesse acontecido...

"... ou nos odiamos suficientemente para repetir o velho esquema de vida e mentes pela metade, ou, então, passamos a nos amar o bastante para, através da série de divórcios de outras pessoas meio-casadas, meio- divorciadas que estão dentro de nós, chegarmos a nos encontrar plenamente. Só então podemos decidir se queremos fazer alguma coisa conosco mesmo mesmos - e o que - em relação a todas as outras possibilidades de relacionamentos.
Pode-se chegar a um certo ponto de narcisismo (reconsiderando aqui essa categoria psicopatológica) em que se reconhece que não se pode amar outra pessoa enquanto não se ama suficientemente a si mesmo – em todos os níveis, inclusive ao nível da verdadeira masturbação (isto é, plenamente orgástica) ou seja, masturbar-se pelo menos uma vez na vida com alegria.”
David Cooper em “A Morte da Família”



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